BATE PAPO COM O LEITOR – CÍNTYA E A SOLIDÃO A DOIS

MULHER SEM ROSTO

CYNTIA

“Mas se vamos amar é melhor que seja um amor bonito que caminhe ao nosso lado na vida e em todos os lugares e momentos dela; que nos ajude a fazer ou não as coisas para o amor. Alguém que nos complete e nos dê alegria de viver. Isso… Uma pessoa que quando andamos na praia, o ruído na areia sob nossos pés fale o nome dela…”

Um pedaço do seu JOÃO E MARIA, o meu conto de cabeceira, Mario.

E eu amei de paixão, me arrepiou toda quando o personagem diz que “quando andamos na praia, o ruído na areia sob nossos pés fale o nome dela…” Cara você é romântico, sabia,… e adoro o que escreve! Aprendi um pouco sobre mim quando li o conto e me senti melhor com o meu pensamento sobre o amor.

Na minha vida, Já sei há muito tempo que mesmo estando com alguém, a gente pode se sentir só! Pode sim! O bom seria que estando junto com alguém à solidão virasse companheirismo, caminhar juntos, companhia… Mas parece que existe o que eu chamo agora de “solidão acompanhada”. Deixe-me pensar um pouco enquanto escrevo. A gente pensa que o amor é tudo. Tudo dentro dele tem um sentido enorme. Sexo ganha um sentido dentro do amor. O dia a dia também. Uma viagem, que delícia. E o grande teste do amor eu acho é a superação do vazio da solidão! Estar juntos é o que ratifica o amor como um sentimento maduro e que completa e dá um sentido. Entendeu?

Tudo isso é minha leitura pessoal. Posso estar errada! Mas é legal falar.

Acho que se duas pessoas que estão juntas foi por que decidiram que gostavam muito uma do outra. Amavam-se. Mas tem uma coisa que nunca levamos a sério no dia em que entramos nesse pacto: a personalidade, o caráter, o jeito de cada um! Também as coisas importantes em comum. Descobri que pessoas muito diferentes se atraem muito! Mas em contrapartida é difícil estarem juntas. Coisas pequenas se tornam um ponto de conflito que gera grandes e intermináveis discussões. Tudo vira uma discussão e a vida se torna uma reunião de negócios. Assim por um bom tempo o sexo segura as pontas, entendeu, e é melhor “deixar o resto do jeito que tá” para não entrar numa guerra “e ver como é que fica.” Mário, aí começa a solidão que vai aumentando. Daí começa o estranhamento do depois que a gente pensa que se conheceu decide o estar juntos. Um grande número de pessoas se casa com base na atração com outro alguém muito diferente. Daí começa a solidão a dois.

Outra coisa que descobri é que sou, e assumo isso, romântica! Que lindo o romantismo e ele precisa ser feito, vivido, criar vida. Desse modo virei uma romântica solitária e acompanhada!

No seu conto há uma comunhão romântica, eterna a dois. Lindo. Lindo. É possível?

Adorei conversar com você por escrito e mudando o meu nome pode colocar esta confissão no seu site. Afinal pode ajudar alguém e estou procurando só viver melhor. Não quero grandes coisas na vida. Nem sei como entramos nesses papos! Mas que tá bom, tá. Como é importante expor os nossos pensamentos a amigos!

Um grande beijo.

Cyntia

Mário

Cyntia obrigado por ter permitido que eu postasse aqui a beleza que veio correndo em meio as letras que acompanham sua solidão… Nossa, um conto de vida com clareza e honestidade. Creio que sua frase: “solidão acompanhada”, define a maior parte do mundo de hoje. Cyntia (gostou do seu pseudônimo?) a solidão é uma má conselheira e, também, numa outra faixa de “estranhamento” como você colocou, pessoas fazem pactos com pessoas erradas só para fugir do rosto sério, enigmático e jururu da solidão!

Você foi tão conclusiva, tão brilhante que não precisamos dizer mais nada. Vou usar o seu texto como um conto a seu crédito… mas, com o seu novo nome, Cyntia. Ah já sei, que tal, Cyntia de Tall?
… Um bom começo…

Cyntia, sabe, você não está tão só assim não. Você comunica muito bem…

Um grande abraço e obrigado por ler os meus contos e aparecer com comentários…

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